ESTOU SÓ
Nesta casa vazia de esperança
sopra uma brisa fresca
através das janelas viradas para o mar.
As minhas mãos abertas suplicam por ternura
os meus cabelos ondulando ao vento
clamam por uma fuga
montados num corcel branco.
As minhas mãos,
as minhas entranhas,
o meu eu,
está sedento de carinho
Estou só!
Ouço o barulho do vento
o ribombar do trovão
a chuva que cai impiedosa
fustigando os vidros das janelas
e já nada me assusta
Estou só!
Procuro algures num canto da casa
numa gaveta fechada
entre as folhas de um livro
um beijo escondido
mas não encontro
Estou só!
Todos os sonhos caíram
e o tempo é tão escasso
para os recuperar
a noite aproxima-se
muda e impiedosa.
Duas lágrimas soltam-se
e deslizam suavemente pelo meu rosto
sinto um aperto no peito
uma dor infinita
Dói... e como dói
Estou só!
Fernanda Cabral
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial