sábado, 3 de outubro de 2020

AS MINHAS CRÓNICAS

GATOS, GATOS, GATOS...


Sempre adorei gatos, por ser um animal ternurento, macio e o contacto com eles relaxa o corpo e a mente.

Em pequenina, lembro-me de ter tido vários gatos que eram baptizados com nomes dos jogadores de futebol, de palhaços, de doces, conforme a cor deles, ou até das mascotes dos Jogos Olímpicos, tudo isto ideias do meu primo e da minha irmã porque eu não tinha voto na matéria e tenho como exemplo o Javeru, o Negrito, a Violeta, o Quinto, o Micha, a Bombocas etc e todos eles com uma história para contar.

Hoje , vou contar a história do Negrito e do Quinto: Negrito era um gato já adulto, negro como o carvão, o seu pêlo luzidio brilhava ao sol e era o meu emprego. A sua vida de gato decorria normalmente, comia, dormia, brincava, até que um belo dia apareceu um gatinho lá em casa trazido pelo meu sobrinho, a quem pusemos o nome de Bolinhas por ser muito gordinho e tal como o mais velho era lindo só que era às riscas cinzentas e brancas como um pequeno tigre e tinha os olhos mais meigos do Mundo. Ao princípio o Negrito não aceitou de bom grado a intromissão nos seus domínios daquele pequenos que entrou pela casa dentro sem pedir licença, habituado que estava a ser o macho da casa; afinal não passava de um intruso que vinha repartir o espaço que era seu por direito; mas depois de algumas escaramuças acabaram por ser os melhores amigos do Mundo. Brincavam às escondidas como duas crianças, dormiam enroscados um no outro e partilhavam o mesmo prato de comida mas, a vida às vezes é madrasta e o Bolinhas adoeceu gravemente; a minha mãe levou-o ao veterinário, tratou-o mas não conseguiu salvá-lo

Num belo dia de Outono em que o sol brilhava mais do que habitualmente o Bolinhas partiu e deixou o seu amigo e a nós cheios de saudades. Durante dias e dias o Negrito deitou-se ao lado do local onde estava enterrado o amigo, ficou triste, deixou de comer e às vezes dava-me a impressão de ver lágrimas nos seus olhos tristes.

Dizem que o tempo é o melhor dos remédios, o tempo tudo cura e neste caso foi o que aconteceu, o Negrito superou a sua perda.

Está história passada entre dois gatos é verídica e prova que as verdadeiras amizades quando são alimentadas com amor ficam para sempre no nosso coração.


Fernanda Duarte Cabral

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