FAZ-ME FALTA
Acordo e dirijo-me à sala
onde o sol adentra pelas portadas da varanda
está um lindo dia de sol primaveril
que nos adoça a alma.
Abro as portadas e espreito
Estranhamente, não se vê
o vai e vem das pessoas
que descem a rua para ir à eucaristia dominical
ou que vão à padaria da esquina.
Tudo está calmo….
esporadicamente vê-se alguém
passeando o seu animal de estimação.
Fico inquieta...
esta não é a minha rua, não é o meu tempo
dá-me vontade de sair, de correr
Sinto falta do cumprimento de mão ao vizinho
do abraço daquela pessoa
que já não via à algum tempo
Sinto falta dos beijinhos dos amigos
Sinto falta de ouvir o meu neto dizer:
"anda fazer uma corrida comigo vovó"!
e eu a dizer: "não posso meu amor dói-me o joelho"
como eu preferia que me doesse o joelho
e poder ir atrás dele.
Faz-me falta a liberdade, sinto-me fechada
numa espécie de gaiola dourada.
O que me espera? o que nos espera?
Tenho esperança que tudo vai ficar bem
mas dói esta espera, e como dói!
Entretanto, vou conversando com as minhas plantas
que esperam sossegadas no canto da varanda
enquanto eu…
Olho o horizonte..
FERNANDA CABRAL
28/03/2020 (Sobre o Covidis 19)
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