SOLIDÃO
A fronte embranquecida pelo tempo
O olhar denso, penetrante
onde moram os últimos
resquícios da juventude
o velho olha pela janela
a tarde sacudida pela chuva.
Sentado na cadeira
forrada a veludo
que o tempo corroeu
chupa avidamente o cigarro
aspirando o fumo
que lentamente solta em espirais
impregnando as paredes do quarto
com um cheiro acre e cinzento
A solidão faz aumentar a dor
por entre os retalhos do tempo
E enquanto a tarde se cala
tudo acontece na caixa da memória
Fernanda Cabral
01/02/2017
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial