segunda-feira, 23 de maio de 2011

Porto de Abrigo

Tenho um porto de abrigo
Sempre que estou insegura
Tenho os meus barcos rabelos
Carregados de ternura

Tenho um porto de abrigo
Quando estou a naufragar
Tenho os meus barcos rabelos
Que me libertam do mar

Tenho um porto de abrigo
Que está sempre á minha espera
Tenho os meus filhos comigo
Tenho aqui a Primavera

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A Janela

Ontem de manhã...
Espreitei pela janela
Lembras-te amigo?
Tantas recordações!
Quantas vezes brincamos naquele quintal?
Quantas pétalas de flores colhi no meu avental?
Quantas loucuras!
Quantas aventuras partilhadas!
Quantas ternuras!
Ontem de manhã...
Espreitei pela janela
O nosso pessegueiro já não existe
Nem o muro de conchinhas do mar
Mas existe dentro do peito
Um coração a recordar!

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Cinco Coisas

Para ser feliz...
Quero apenas cinco coisas
Uma árvore frondosa
Uma andorinha num ninho
Um coração cor de rosa
Uma cravina num raminho
E um lar muito docinho
Para ser feliz...
Quero tudo isto embrulhado
Numa caixa da cor do mar
Com um laço a enfeitar

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A Fada

A Fada que me sorria todos os dias de manhã
Perguntava-me:
Queres vir comigo?
E as suas asas levitavam,
Sorriam, circulavam
A sua boca carnuda como morango maduro
Os seus olhos pirilampos a cintilar
Suas mãos duas laranjas
Seus cabelos, cachos de uvas a brilhar
Queres vir comigo?
A manhã acordou nas cores do arco-íris
E a Fada desapareceu
Terá sido um sonho?

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Trigueirinha

A Menina Trigueirinha
Colhia figos maduros
Que guardava na sua mão
Trazia o Sol no olhar
E a Lua no coração.
Trazia no rosto dois lagos
Com pérolas a deslizar
Água pura, pura água
Que o rio leva p´ro mar
A Menina Trigueirinha
Com cheirinho a alecrim
Trazia dentro do peito
Um raminho de jasmim
A Menina Trigueirinha
De passado andaluz
Quando atravessa a viela
Seu corpo enrola e seduz
É um pauzinho de canela
Com alcaçuz á mistura
Tráz na boca sequiosa
Rebuçados de ternura.

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Bonita-Feia

Deste-me um cesto de beijos
Com sabor a framboeza
Em troca, eu vou-te dar
Uma maçã camoesa
Deste-me turquezas aos molhos
Raminhos de lua cheia
Não me importo que tu digas
Que sou uma bonita feia
Sou uma bonita feia
Ou uma feia bonita
Trago pérolas nos olhos
Adornados com uma fita
Dá-me um sorriso teu
E diz que gostas de mim
Vou semear o teu olhar
Num vasinho de jasmim

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Teu Corpo

Teu corpo bordado
Com ramos de giesta e trevo
É um bálsamo de ternura
Quando está emoldurado
Rosas gemadas e vermelhas
Enrubescidas pelo calor
Aparecem no teu rosto
Quando sussurrando dizes:
Bom dia, meu amor!..

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Miosótis do Amor

Crianças vestidas de rosa
Com cintos de verde mar
As suas mãos delicadas
Tecem a luz do luar
São a sombra do pensamento
Ou o murmúrio do mar
São o soluçar do vento
Uma guitarra a chorar
São os lírios das campinas
Os miosótis do amor
Estas crianças pequeninas
Botões de rosa em flor
São passarinhos nos ninhos
O canto do rouxinol
São as nuvens escondidas
Num dia cheio de sol
Estes doces pequeninos
Sabem a alteia e mel
São pedaços do amor
Embrulhados num burel
São raminhos entrançados
Cestinhos de alegria
São jardins acetinados
O pão nosso de cada dia.

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O Sonho do Pescador

Numa noite serena de branco luar
Um pescador sentado na areia
Julgou ouvir a voz duma sereia
Que vinha do fundo do mar.
Dormia com ela no pensamento
E todas as noites, num doce lamento
Sonhava ouvi-la cantar.
Aquela voz feiticeira
Com notas de lua cheia
Era para ele um doce beijo
Ou um frémito desejo.
Afinal... o que ele julgava ouvir
Era apenas o marulhar das ondas
Que se vinham espraiar
Num leve e subtil tremor
Junto aos seus pés de pescador.

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Luz de Deus

Que Luz é aquela meu Deus
Que vejo através da vidraça?
Uma Luz irreal que ilumina
Os rostos da gente que passa

Que Luz é aquela meu Deus
A quem rezo uma oração?
É a Luz do teu olhar?
Ou um bocado de pão?

Que Luz é aquela meu Deus
Perfumada de avenca e feno?
É a Luz da tua alma
Neste etéreo terreno

Que Luz é esta meu Deus
Que poisa na minha mão?
É a candeia que me ilumina
Nesta negra escuridão

Ai! negra escuridão
Eu quero-te abandonar
Meu Deus quero esta Luz
Para minha alma iluminar!

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Partida

O Tejo olha Lisboa
Erguida nas sete colinas
Madragoa e as varinas
Nas suas águas cristalinas

       Os barcos ancorados no rio
       Começam a afastar-se do cais
       Lenços multicolores
       Agitam-se como postais
       Bandeiras  esvoaçam ao vento
       Rostos em sofrimento
       Só são audivéis os ais!

Um adeus...
Uma lágrima que cai...
Uma gota no Oceano que se esvai! 

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domingo, 15 de maio de 2011

Poeta do Amor

Ser poeta do amor...
É deixar o coração falar
A alma embalar
E as tristezas partilhar
Ser poeta do amor...
É deixar o coração escutar
Um olhar doce trocar
E uma boca suspirar!
Ser poeta do amor...
É amar!

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Menino Triste

Quero pão!
O menino triste pedia pão a quem passava
E a gente indiferente nem para ele olhava
O menino triste nasceu para sofrer
Sem saber o que é a alegria de um abraço
Ou de um sorriso de amor
O menino triste só queria ser amado
Quero pão!
O menino triste, triste ficou
E assim adormeceu.
Só um cãozinho vadio lhe servia de companhia
De manhã .....já não pediu pão
Tinha voado para o céu!

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Teu Sorriso

Deixa vir até mim o teu sorriso
Onde o tens escondido?
Nas Acácias floridas?
Ou na bainha do teu vestido?
Deixa vir até mim o teu sorriso
Deixa-o atravessar os raios de Sol!
Eu, vou embalá-lo docemente
E guardá-lo ternamente
Embrulhado num lençol.
Deixa vir até mim o teu sorriso!
Um colibri no paraíso
Uma papoila em flor
Uma nuvem cor de rosa
Ou uma fonte silenciosa
Deixa vir até mim o teu sorriso
Agora que já o vi
Vou fechá-lo na minha mão
E guardá-lo para sempre
Dentro do meu coração.

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sábado, 7 de maio de 2011

Amigos...

Amigos...
São uma âncora erguida
Na estrada da nossa vida
São risos, são partilhas, são abraços
São tesouros escondidos.
Amigos...
São lagos azuis de memórias
São caixinhas de histórias
São estrelas ao luar
Saltitando devagar
Amigos...
São barquinhos a navegar
São conchinhas a dançar
Sacudidas pelo mar
Amigos...
São a estrela da manhã
São rouxinóis a cantar
Tecendo um casaquinho de lã

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