TALVEZ, UM DIA...
Às vezes queria viver
num cantinho do teu olhar
nesse olhar tão límpido
como as águas mansas do rio
onde os pássaros fazem os ninhos
e bordam sorrisos multicolores.
Queria aninhar-me e ser embalada
ao ritmo de uma canção de ninar
mas às vezes, preciso de ir embora
mesmo querendo ficar
ficar quieta e calada
a sonhar esquecida
entre o céu e o mar.
Talvez um dia, eu compreenda
a razão deste querer
por agora sou ave sem rumo
uma pedra atirada ao rio
uma fogueira que lentamente
se apaga na solidão da noite.
Às vezes, só queria ser madrugada
poder parar o tempo
e viver para sempre no teu olhar.
Talvez, um dia...
Fernanda Duarte Cabral
12/11/2024
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