sábado, 28 de dezembro de 2024

A COR DO AMOR

 O sabor das tuas palavras

tem o mesmo tom 

e cor dos teus olhos que explode

em estrelas douradas

quando fazes amor comigo.

Não me perguntem 

qual é a cor do amor

se é amarela como o sol

que nos ilumina e aquece

azul celeste como o céu 

que nos abriga

ou vermelha como as rosas

cujo perfume nos inebria.

Quando um pedacinho do meu coração 

foi morar no teu

e o teu veio morar no meu

o amor ganhou mais cor

as horas ficaram esquecidas no tempo

a vaguearam na serenidade

 do teu olhar.

Antes de as nuvens cobrirem os céus 

e as estrelas começarem a brilhar

deixa-me saborear-te, amar -te 

e saber a cor do teu amor.

Deixas?


Fernanda Duarte Cabral 

20/10/2024




DESNUDO-ME

 Os meus dias vão -se escoando

no calendário do tempo 

desnudo a minha alma

e purifico-me em ti.


A vontade de te ver chegar

ser rodeada pelo teu abraço 

e ouvir a tua voz calma

assim, simples, natural

será apenas um sonho?

ou simples ilusão?

Vens ou não?

Se eu pudesse rasgar

um sorriso teu

eu seria a madrugada inteira 

e tu, a manhã luminosa

que nos faz brilhar.

Vens ou não?

Pousa a tua cabeça no meu ombro 

e deixa-me afagar o teu cabelo 

sente a ternura que me escorre dos dedos

e enquanto a noite vai chegando 

eu penso se é tempo

de dizeres adeus

ou tempo de chegares e ficares.

Vens ou não?


Fernanda Duarte Cabral 

05/11/2024

TALVEZ, UM DIA...

 Às vezes queria viver

num cantinho do teu olhar

nesse olhar tão límpido 

como as águas mansas do rio

onde os pássaros fazem os ninhos

e bordam sorrisos multicolores.

Queria aninhar-me e ser embalada 

ao ritmo de uma canção de ninar

mas às vezes, preciso de ir embora

mesmo querendo ficar

ficar quieta e calada

a sonhar esquecida 

entre o céu e o mar.

Talvez um dia, eu compreenda 

a razão deste querer

por agora sou ave sem rumo 

uma pedra atirada ao rio

uma fogueira que lentamente 

 se apaga na solidão da noite.

Às vezes, só queria ser madrugada 

poder parar o tempo

 e viver para sempre no teu olhar.

Talvez, um dia...


Fernanda Duarte Cabral 

12/11/2024