quinta-feira, 12 de junho de 2025

"NAQUELA MANHÃ"

 Naquela manhã caía do céu 

uma chuva miudinha que acalmava

a canícula que se fazia sentir,

e sossegava as partículas do pó 

que andavam dispersas no ar.

No caminho para casa,

os nossos olhares cruzaram-se

e ofereceste-te para me abrigar

debaixo do teu guarda chuva. 

Delicadamente, colocaste o teu braço 

sobre os meus ombros e sussurraste

um "amo-te, amo-te muito", 

lembras-te?

Senti-me corar e um doce calor

 percorreu o meu corpo.

Este, foi o dia em que 

os sonhos começaram 

e o que era apenas uma atração física 

passou a ser amor,

as ilusões converteram-se em esperança.

Chegaste de mansinho e em pouco tempo

com o teu jeito único e cativante,

preencheste o meu coração,

o espaço mais lindo e precioso

que existe dentro do meu peito.

Amo-te com todas as letras

palavras e pronúncias 

em todas as circunstâncias e motivos

em todas as línguas e dialetos

simplesmente, amo-te!

e quando chegar o dia

em que não possamos estar juntos

vou guardar-te no meu coração.

Vais ficar cá...

Para sempre!


Fernanda Duarte Cabral

12/06/2025

domingo, 11 de maio de 2025

ERA PRIMAVERA

 Era Primavera quando

 os nossos olhares

se cruzaram pela primeira vez 

e me olhaste com um sorriso.

Desde então, há dentro de mim

um segredo que não quero contar

um amor que nega ser revelado.

Quando estou contigo 

só quero parar o tempo,

sentir o aveludado das tuas mãos 

e ficar à espera que me acaricies, 

ouvir o som da tua voz

que me inebria os sentidos 

ancorar na tua boca e ficar

com vontade de te beijar.

Perdidos dentro de um abraço 

o teu mundo é o meu

e quando me olhas

há uma pequenina luz dourada

que faísca no azul dos teus olhos

no horizonte que te acolheu.

Preciso, oh como preciso

de te ouvir dizer que me amas

mas, só há silêncio nas tuas palavras,

entretanto o tempo vai passando

e... anoitece no meu peito!


Fernanda Duarte Cabral 

11/05/2025

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

HABITAS EM MIM

 Habitas em mim

nas frias noites de inverno, 

ou nos soalheiros dias de verão, 

no vento que fustiga as janelas, 

ou na brisa suave 

que sopra de mansinho.

Habitas em cada pedacinho

da minha pele

dos meus olhos

da minha boca

do meu sorriso.

Habitas no meu coração 

na minha alma

no meu corpo que te procura

nos meus braços que te enlaçam 

com ternura,

nas minhas mãos que te acariciam.

Habitas no sol, na lua, nas estrelas

quando sonho contigo 

nas noites estreladas.

Habitas cada pedacinho

dos meus pensamentos 

habitas-me por inteiro

no passado, no presente 

 e quiçá no futuro .

Quero habitar em ti

como habitas em mim

e que em cada beijo que me dás 

brotem sementes de flores

que semeio no meu jardim!


Fernanda Duarte Cabral 

17/02/2025


sábado, 28 de dezembro de 2024

A COR DO AMOR

 O sabor das tuas palavras

tem o mesmo tom 

e cor dos teus olhos que explode

em estrelas douradas

quando fazes amor comigo.

Não me perguntem 

qual é a cor do amor

se é amarela como o sol

que nos ilumina e aquece

azul celeste como o céu 

que nos abriga

ou vermelha como as rosas

cujo perfume nos inebria.

Quando um pedacinho do meu coração 

foi morar no teu

e o teu veio morar no meu

o amor ganhou mais cor

as horas ficaram esquecidas no tempo

a vaguearam na serenidade

 do teu olhar.

Antes de as nuvens cobrirem os céus 

e as estrelas começarem a brilhar

deixa-me saborear-te, amar -te 

e saber a cor do teu amor.

Deixas?


Fernanda Duarte Cabral 

20/10/2024




DESNUDO-ME

 Os meus dias vão -se escoando

no calendário do tempo 

desnudo a minha alma

e purifico-me em ti.


A vontade de te ver chegar

ser rodeada pelo teu abraço 

e ouvir a tua voz calma

assim, simples, natural

será apenas um sonho?

ou simples ilusão?

Vens ou não?

Se eu pudesse rasgar

um sorriso teu

eu seria a madrugada inteira 

e tu, a manhã luminosa

que nos faz brilhar.

Vens ou não?

Pousa a tua cabeça no meu ombro 

e deixa-me afagar o teu cabelo 

sente a ternura que me escorre dos dedos

e enquanto a noite vai chegando 

eu penso se é tempo

de dizeres adeus

ou tempo de chegares e ficares.

Vens ou não?


Fernanda Duarte Cabral 

05/11/2024

TALVEZ, UM DIA...

 Às vezes queria viver

num cantinho do teu olhar

nesse olhar tão límpido 

como as águas mansas do rio

onde os pássaros fazem os ninhos

e bordam sorrisos multicolores.

Queria aninhar-me e ser embalada 

ao ritmo de uma canção de ninar

mas às vezes, preciso de ir embora

mesmo querendo ficar

ficar quieta e calada

a sonhar esquecida 

entre o céu e o mar.

Talvez um dia, eu compreenda 

a razão deste querer

por agora sou ave sem rumo 

uma pedra atirada ao rio

uma fogueira que lentamente 

 se apaga na solidão da noite.

Às vezes, só queria ser madrugada 

poder parar o tempo

 e viver para sempre no teu olhar.

Talvez, um dia...


Fernanda Duarte Cabral 

12/11/2024

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

PORQUÊ

 Embarcamos os dois

numa viagem tão bonita

mas antes dela chegar ao fim

o barco naufragou

Porquê?

porque deixaste que isso acontecesse?


Lembro-me de quando olhavas para mim

e os teus olhos eram um mar de promessas

os teus lábios tinham segredos escondidos

que eu tentava descobrir,

e quando me levantavas do chão 

sussurrando palavras de amor

eu deixava de existir,

e era um pássaro a voar no firmamento.


Agora, aquele sol que me iluminava

esmoreceu e os meus dias

ficaram mais tristes.

Quem me dera saber a razão do teu

 afastamento 

gostava tanto que tudo 

pudesse ficar como dantes!


Neste tempo tão incerto

tenho saudades da tua ausência 

Porque tiveste medo?

Porque deixaste o nosso barco naufragar?


Porquê?


Fernanda Duarte Cabral

23/09/2024