quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

"VIOLETA"

 A Violeta chegou-me a casa, enroscada dentro de um cesto de verga trazida pelos meus pais de casa dos meus avós. Mal a vi foi amor à primeira vista e rapidamente tomou conta da casa e do meu coração. De vez em quando dava longos passeios pelo quintal e na volta presenteava -me com uns animaizinhos de quatro patas. Aguardava o agradecimento, mas eu que não gostava nada daqueles mimos limitava-me a passar a mão pelo pelo desde as orelhas até ao rabo, que diga-se de passagem ela adorava. Também praticava boas ações quando saltava para cima dos móveis e limpava o pó com o seu rabo peludo que mais parecia um espanador.

Esperava pacientemente que eu chegasse a casa depois da escola para se deitar no meu colo. Ronronava mais parecia um motor a diesel e olhava-me de vez em quando, com olhos de carneiro mal morto, ocupando o espaço que me pertencia. De vez em quando zangava- me com ela mas rapidamente perdoava porque.... o que seria de mim se não tivesse uma gata?


Fernanda Duarte Cabral

22/02/2024

( In As minhas crónicas)

"A CONCHINHA MIMOSA" (infantil)

 Numa noite de lua cheia

sentei-me a brincar na areia

com uma conchinha cor de rosa.

Era tão linda, tão mimosa

mais parecia um botão de rosa.

Trouxe-a para casa,

dei-lhe banho com água e sabão

o que a deixou rubra de indignação

-" Então eu tomo banho no mar

e tu estás -me a lavar?"

Olhei para ela, e vi 

uma lágrima a brilhar

pedi-lhe desculpa, 

para ela não chorar.

Um sorriso nasceu devagar

ficamos amigas

e eu devolvi-a ao mar

que era o seu lugar!


Fernanda Duarte Cabral

22/02/2024